Tipos de linfoma não Hodgkin: entenda a classificação

Câncer é um termo genérico utilizado para designar um grupo de doenças nas quais ocorre desregulação nos mecanismos de controle do crescimento e proliferação celulares. Isso permite a formação de um agregado de células anormais.1 

Quando o câncer tem origem nas células do sistema linfático, ele é chamado de linfoma, e ele pode ter subtipos diferentes de acordo com a linhagem das células e as alterações a nível molecular.1 

O linfoma não Hodgkin (LNH) é o mais comum e afeta as células do sistema linfático chamadas de linfócitos, produzidos na medula óssea e responsáveis pela defesa do organismo.1 

Neste post, você vai conhecer os tipos de linfoma não Hodgkin e entender quais são as alternativas de tratamento. Não deixe de ler! 

O linfoma não Hodgkin 

O linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que afeta células do sistema linfático. Trata-se do responsável por recolher o líquido acumulado nos tecidos, filtrá-lo e reconduzi-lo à circulação sanguínea.1 

Ele engloba vários subtipos de tumores, que podem afetar os linfócitos B — células imaturas lançadas na corrente sanguínea para produzir anticorpos contra bactérias, vírus e fungos —, ou os linfócitos T — que exercem diferentes funções no sistema imune com intuito de eliminar infecções. Os linfomas de linfócitos B são os mais comuns, respondendo por cerca de 85% dos casos.3 

O linfoma pode se reproduzir sem controle e invadir órgãos e tecidos adjacentes ou distantes. Segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE)1, os locais mais atingidos por esse tumor são: 

  • medula óssea; 
  • trato gastrointestinal; 
  • pele; 
  • nasofaringe; 
  • fígado; 
  • tireoide; 
  • ossos; 
  • sistema nervoso central, quando está relacionado ao HIV (vírus da imunodeficiência humana); 
  • mama; 
  • pulmão. 

Os linfomas indolentes e agressivos 

Os linfomas não Hodgkin podem ser classificados em três principais categorias2, de acordo com o prognóstico: indolentes, agressivos e muito agressivos. Essa classificação pode recair sobre dois grupos principais1. São eles:

Tumores indolentes (ou de baixo grau) 

Crescimento lento e cura mais difícil. Segundo a ABRALE3, são exemplos de tumores indolentes: 

  • linfoma folicular; 
  • linfoma de células T cutâneo; 
  • linfoma linfoplasmocítico; 
  • linfoma linfocítico de pequenas células. 

Tumores agressivos (ou de alto grau)

Crescimento acelerado que, em poucas semanas, podem dobrar de tamanho. Requerem tratamento imediato e, geralmente, respondem bem à quimioterapia. Ainda de acordo com a ABRALE3, são exemplos de tumores agressivos: 

  • linfoma difuso de grandes células B;  
  • linfoma do sistema nervoso central;  
  • linfoma ligado ao vírus HTLV;  
  • linfoma de Burkitt;  
  • linfoma de células do manto.  
  • Linfoma Primário de Mediastino de Grandes Células B4

Os tipos de linfoma não Hodgkin3 

Entre os diversos subtipos de linfoma não Hodgkin, alguns são mais frequentes. Confira a seguir.3 

Linfoma difuso de grandes células B  

Desenvolve-se a partir de linfócitos B anormais. É o tipo mais comum de linfoma não Hodgkin, afetando principalmente os mais idosos. Tem crescimento rápido e pode acometer linfonodos no pescoço ou em órgãos como o intestino, o cérebro e a medula espinhal. O tratamento é feito com quimioterapia, que geralmente resulta em boa resposta.1

Linfoma folicular 

Tipo de linfoma que afeta linfócitos B do centro germinativo, região central do nódulo linfático. É o segundo subtipo mais comum de linfoma não Hodgkin e tende a afetar pacientes em torno de 60 anos.

Os linfomas foliculares são de crescimento lento e as células tendem a crescer em um padrão mais circular. Pode não necessitar de tratamento imediato e a intervenção com radioterapia ou imunoquimoterapia geralmente ocorre quando o linfoma começa a provocar sintomas evidentes.1 

Esse tipo de tumor responde bem ao tratamento, mas é difícil de ser curado, podendo até se transformar em linfoma difuso de grandes células B.

Linfoma de células do manto 

Tumor originado de linfócitos B, que se desenvolve em uma parte do linfonodo chamada de zona do manto. É mais frequente em homens, com idade média de 60 anos. Apresenta células de tamanhos pequeno e médio e pode afetar a medula óssea, o baço e os gânglios linfáticos.

O crescimento das células neoplásicas não é rápido, sendo também mais difícil de tratar. O tratamento é feito com quimioterapia combinada ao transplante de medula óssea, com bons resultados e melhor sobrevida a longo prazo.1 

Os tratamentos de linfomas não Hodgkin 

O tratamento tem o objetivo de parar a proliferação das células cancerosas, promover a eliminação do tumor e aumentar a produção das células de defesa do organismo.3 

Ele depende do tipo de linfoma, mas a chance de cura gira em torno de 60% e 70%, segundo a ABRALE3. Os métodos adotados são: 

  • Quimioterapia: administração de medicamentos oncológicos para destruir as células tumorais — atinge células sadias e pode ser utilizada de forma isolada ou associada à imunoterapia ou radioterapia; 
  • Terapia-alvo: utiliza drogas que atacam especificamente as células cancerosas, provocando pouco dano às células sadias; 
  • Imunoterapia: busca melhorar a resposta imunológica para combater as células cancerosas; 
  • Radioterapia: é usada em alguns casos para destruir as células cancerosas e inibir seu crescimento; 
  • Transplante de medula óssea: substituição de medula óssea doente por saudável. É utilizado quando o tratamento para o câncer tipo não Hodgkin não alcança o resultado esperado; 

CAR-T Cell ou célulcas Car-T tem objetivo de modificar as células T para atacar as células cancerosas que expressam CD19+, sendo indicado para alguns subtipos específicos de linfomas não-Hodgkin. Alguns tipos de linfoma não Hodgkin podem ser superados, e o paciente pode ter mais qualidade de vida, podendo potencialmente alcançar a cura.5 É importante sempre conversar com o seu médico para saber mais sobre a doença e o tratamento que ele planeja instituir.6 

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Referências: 

1. ABRALE — Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Linfoma não-Hodgkin: tudo o que você precisa saber. Agosto/2021. Disponível em: https://www.abrale.org.br/wp-content/uploads/2021/12/manual-lnh-web.pdf. Acesso em 7/2/2023. 

2. OLIVEIRA, L. S.; DA CRUZ, J. A. L.; et al. Aspectos clínicos e histopatológicos dos linfomas Hodgking e não Hodgking: uma revisão sistemática. Brazilian Journal of Development. Curitiba, v.7, n.2, p. 15808-15815. Fevereiro/2021. Disponível em: https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/download/24750/19736. Acesso em 7/2/2023. 

3. ABRALE — Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Subtipos de linfoma não-Hodgkin. Dezembro/2022. Disponível em: https://www.abrale.org.br/doencas/linfomas/lnh/subtipos/#1583783195747-161a5817-0c27265b-8fe4. Acesso em 7/2/2023. 

4.Yu, Y, Dong, X, Tu, M, Wang, H. Primary mediastinal large B cell lymphoma. Thorac Cancer. 2021; 12: 2831–2837. https://doi.org/10.1111/1759-7714.14155

5. Neelapu SS, Jacobson CA, Ghobadi A, et al. Five-year follow-up of ZUMA-1 supports the curative potential of axicabtagene ciloleucel in refractory large B-cell lymphoma. 2023. Blood. Disponível em: https://doi.org/10.1182/blood.2022018893

6. Cell Therapy Technology. Disponível em < https://www.kitepharma.com/science-medicine/cell-therapy-technology>. Acesso em 26/06/2023. 

BR-YES-0108 | Nov 2023

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